Pensamento transeunte
Esporadicamente, todo um estado de abulia abraça-me,
Como dois amantes presos à matéria do amor.
Olvidada do meu ente pensante, exalo um cepticismo intrépido.
Plangente, ouço ciciar imagens remotas de outrora;
Insurjo-me estrénua
Melodias e nuvens cor-de-rosa, anjos e estrelas cadentes;
Aves encantadas, histórias fantásticas da minha infância,
Bolas de sabão que flutuam na frescura do campo,
Libelinhas e mariposas fremem no ar que respiro.
De súbito, um estrépito irrompeu do fundo da sala
E tornou transeunte o pensamento,
neste mundo pensante.
Espelho vivo
Quanta relutância,
Pesa em mim.
Em vós vejo a imagem do meu ser,
O espelho da minha alma?
Sorrindo, vêm afáveis
Acariciar meu coração
Meus olhos, tristes deles
Tão menos tristes, deleitam de emoção
A execração que imerge em mim
Respiro-a no mar de astúcia,
Daquela máscara sarcástica
Na tua breve e remota aparição.
De mãos aptas para semear
Cultivam muitos corações
Na alvorada do dia,
Quanta ilusão a germinar.
S/título
Vejo-te só, do clarão da janela,
Ninguém mais.
Nem uma gota de orvalho da madrugada,
Nem um rasto de tinta verde.
E quanto mais te olho, só,
Maior é o meu desejo.
Sento-me enfim e acaricio
As tuas suaves e breves cerdas.
(Assim, molhei um pouco do pincel,
na tinta verde e comecei a pintar).
Fabiana Matos 2000
04 maio 2009
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